Pour Eliza
roda o mundo
em sua espiral infinita
e a coisa mais bonita
ainda é o trabalhoso disponibilizar-se
ao mergulhar profundo
na vastidão do conhecer
que a vida seja sempre
esse deslumbrante lançar-se
ao descobrir
que oferecerá sempre, sempre
garantia zero
enquanto exige
comprometimento absurdo
espero
que a vida
pelo que teima em desmontar o construído
e reerguer-se em forças insuspeitas
no deserto mais inesperado da desilusão
também saiba te estender o cais
de sustentação
tantos forem os teus sinais
não se esquece, minha rainha
não se esquece jamais
o que foi presença certa - a tua
quando o mísero raso do chão faltava
e foste ele, o farol na estrada
a iluminar meu à frente
e o meu atrás
com o maior amor,
do teu afeto sonhador
sempre querendo mais
feliz aniversário!
(Cais, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, na voz de Caetano Veloso)