Foto: A natureza e o quarto, por Roberta Lenzi.
"O fato é que nos tornamos uma sociedade muito irresponsável, que está falhando na transmissão de elegância. Pensar é elegante, ter conhecimento é elegante, ler é elegante, e essa elegância deveria estar ao alcance de qualquer pessoa...A economia do Brasil vai bem, dizem. Mas pouco valerá se formos uma nação de medíocres com dinheiro." (Martha Medeiros).
Poesia é atordoante elegância. Que anda tanto por palavras quanto por gestos. Vamos com a elegantíssima Cecília Meireles.
CÂNTICOS
IV
Adormece o teu corpo com a música da vida.
Encanta-te.
Esquece-te.
Tem por volúpia a dispersão.
Não queiras ser tu.
Queiras ser a alma infinita de tudo.
Troca o teu curto sonho humano
Pelo sonho imortal.
O único.
Vence a miséria de ter medo.
Troca-te pelo desconhecido.
Não vês, então, que ele é maior?
Não vês que ele não tem fim?
Não vês que ele és tu mesmo?
Tu que andas esquecido de ti?
IX
Os teus ouvidos estão enganados.
E os teus olhos.
E as tuas mãos.
E a tua boca anda mentindo
Enganada pelos teus sentidos.
Faze silêncio no teu corpo.
E escuta-te.
Há uma verdade silenciosa dentro de ti.
A verdade sem palavras.
Que procuras inutilmente,
Há tanto tempo,
Pelo teu corpo, que enlouqueceu.
Sugestão elegantérrima da Roberta, a descobridora dos 7 mares: "Corsário" (João Bosco e Aldir Blanc), na voz de Elis.
E os teus olhos.
E as tuas mãos.
E a tua boca anda mentindo
Enganada pelos teus sentidos.
Faze silêncio no teu corpo.
E escuta-te.
Há uma verdade silenciosa dentro de ti.
A verdade sem palavras.
Que procuras inutilmente,
Há tanto tempo,
Pelo teu corpo, que enlouqueceu.
Sugestão elegantérrima da Roberta, a descobridora dos 7 mares: "Corsário" (João Bosco e Aldir Blanc), na voz de Elis.