Mergulho em profundidade no livro "A literatura na poltrona", de José Castello, em estado de climatização total para entrevistá-lo. Escreve ele a propósito de sua formulação sobre a imagem do jornalismo: "Ser capaz de ouvir, de suportar a presença imprevista do outro, as surpresas que nos oferece, a desarmonia de suas ideias. Chegar de mãos vazias e aceitar o que me dão. Entregar-me, em vez de esperar que o outro se entregue. Desarmar-me, ainda que seja para encontrar o que não desejo encontrar".
Mais belezas dele:
"Para que alguém lê um livro, senão para se transformar?"
"O que me sufocava era a sua liberdade."
"Cada um lê com o que tem, lê com o que é, lê como pode. Não existe leitura perfeita, nem completa; muita coisa, mesmo para os leitores treinados, sempre fica de fora".
Sobre o que Castello chama de "zoeira do século 21":
"Uma agitação que não se move. Deter-se nesses movimentos de superfície é, na verdade, não sair do lugar."
"Vemos quase sempre em excesso - o que é o mesmo que não ver".
"São esses escritos extraordinários que nos lêem e nos decifram. São eles que nos arrancam de nossos sonhos e ilusões, onde estamos imobilizados pela rotina e pela preguiça, para nos confrontar com o grande rombo, o grande escândalo da vida, desordem que a palavra sintetiza, metaforiza e carrega. Para que possamos chegar àquele osso das coisas que, em um texto dos anos 1970, Caio Fernando Abreu assim descreveu: `Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro`. O naufrágio, a tempestade: é a literatura".
Por falar em mergulho, as imagens desta postagem chegam da Roberta Lenzi, a coragem em pessoa, diretamente das profundidades (30 metros!) das águas de Salvador. Beijo, querida.
Deixo, ainda, um outro mergulho: "Ventos de paz", de (e com) Leila Pinheiro e Jorge Vercillo.
"Ao mergulhar no seu olhar sereno
Reencontrei rastros do que vivemos".
Ventos de paz: http://www.youtube.com/watch?v=erU45UFpsYk&feature=related
Depois desse intenso mergulho fico imaginando o que ainda virá na Carioquice e entrevista...puro deleite!
ResponderExcluirNós, leitores de carteirinha da dupla Monica-Castello vamos adorar!
Beijos,
Parece que as fotos ficaram ainda mais lindas no seu blog e, o que ainda é melhor, durante essas fotos eu estava em um naufrágio...e digo, exatamente, "depois de um naufrágio o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro".
ResponderExcluirbeijos, obrigada !
Que maravilhasssssssssss
ResponderExcluirBeijos!
Fabio
Oceanos de arrebatamentos.
ResponderExcluirQuanta poesia...
bj
Rubem
É um privilégio poder apreciar essas vitrines de jóias preciosíssimas
ResponderExcluirBjs bjs
Helena
Essa padaria me sacoleja, provoca, incita...
ResponderExcluir"navegador, águas de amor, espero
ResponderExcluirlonge do cais, você me faz eterno
vem trazer ventos de paz
muda a minha vida, amor
eu te espero o quanto for..."
Essa padaria é porreta!!!
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