segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Luzes e sombras

                                                                 Manabu Mabe, fotografado por Victor Hugo Mori

Sábado, caminhada cedo na praia. O roteiro previa, com a retomada do Diário de Susan Sontag, prosseguir mais tarde a leitura em alguma sombra silenciosa do Jardim Botânico. Mas, ao avistar o mar verde e claro de longe, não teve jeito. Voltei para casa, peguei os sanduichinhos que seriam degustados sob as árvores - ciabatta com parma, brie e maionese de hortelã - e fixamos território na areia. Resultado: 4 horas (sim, 4 horas) dentro d´água. Céus, que mar era aquele?

À noite, na patagônia caseira, Guinga ("Cheio de dedos") e o recente "Nove", de Ana Carolina.

Vamos de SS (aos 16 anos, ok?):

"As ideias perturbam a regularidade da vida".

"Vou anotar todo o estúpido desperdício de hoje para que eu não seja complacente e transigente comigo mesma amanhã".

E o momento maravilhoso em que ela cita com aprovação a reflexão de Elias Canetti - "Tento imaginar alguém dizendo para Shakespeare: `Relaxe!`". Ah, eu, MS, jamais poderia supor encontrar-me em tão nobre companhia: relaxar é coisa que, francamente, desconheço.


Domingo, mais praia, com Histórias de Mulheres, livro da espanhola Rosa Montero, colunista do jornal El País, sobre meninas como Camille Claudel, Margaret Mead, George Sand/Aurore Dupin e Frida Kahlo. Para alegrar os corações, sanduíches de pão italiano, lombo com ervas, maionese de curry e rúcula e pão de campanha, lagarto defumado, gorgonzola e tomate seco.

                                                           

Este foi o antídoto que busquei para tentar neutralizar um pouco os efeitos deletérios produzidos por um "microacidente" cuja causa o ministro de Minas e Energia julga prescindir de explicações (e é bom mesmo encerrar esse papo chatíssimo sobre os eternos contingenciamentos do orçamento federal para cumprir metas de superávit fiscal, e mais boring ainda discutir a gestão das agências reguladoras). Sem contar um Tribunal de Contas da União ameaçado de só poder fiscalizar as obras públicas depois de concluídas.

Et la vie, qu`est que cèst? Jolie, très jolie, bien sûr...Ça va sans dire.

4 comentários:

  1. Sinelli!

    Bato ponto na sua linda padaria. Que prazer tudo por aqui!

    Bjs.
    Rafael.

    ResponderExcluir
  2. Ah, esses textos que só você...
    Fantásticos!
    Mil beijos, querida,
    Armando

    ResponderExcluir

Comentário