segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mergulhos


Mergulho em profundidade no livro "A literatura na poltrona", de José Castello, em estado de climatização total para entrevistá-lo. Escreve ele a propósito de sua formulação sobre a imagem do jornalismo: "Ser capaz de ouvir, de suportar a presença imprevista do outro, as surpresas que nos oferece, a desarmonia de suas ideias. Chegar de mãos vazias e aceitar o que me dão. Entregar-me, em vez de esperar que o outro se entregue. Desarmar-me, ainda que seja para encontrar o que não desejo encontrar".



Mais belezas dele:


"Para que alguém lê um livro, senão para se transformar?"


"O que me sufocava era a sua liberdade."


"Cada um lê com o que tem, lê com o que é, lê como pode. Não existe leitura perfeita, nem completa; muita coisa, mesmo para os leitores treinados, sempre fica de fora".

Sobre o que Castello chama de "zoeira do século 21":

"Uma agitação que não se move. Deter-se nesses movimentos de superfície é, na verdade, não sair do lugar."


"Vemos quase sempre em excesso - o que é o mesmo que não ver".



"São esses escritos extraordinários que nos lêem e nos decifram. São eles que nos arrancam de nossos sonhos e ilusões, onde estamos imobilizados pela rotina e pela preguiça, para nos confrontar com o grande rombo, o grande escândalo da vida, desordem que a palavra sintetiza, metaforiza e carrega. Para que possamos chegar àquele osso das coisas que, em um texto dos anos 1970, Caio Fernando Abreu assim descreveu: `Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro`. O naufrágio, a tempestade: é a literatura".
 


Por falar em mergulho, as imagens desta postagem chegam da Roberta Lenzi, a coragem em pessoa, diretamente das profundidades (30 metros!) das águas de Salvador. Beijo, querida.

Deixo, ainda, um outro mergulho: "Ventos de paz", de (e com) Leila Pinheiro e Jorge Vercillo.
 
"Ao mergulhar no seu olhar sereno
Reencontrei rastros do que vivemos".


8 comentários:

  1. Depois desse intenso mergulho fico imaginando o que ainda virá na Carioquice e entrevista...puro deleite!

    Nós, leitores de carteirinha da dupla Monica-Castello vamos adorar!

    Beijos,

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  2. Parece que as fotos ficaram ainda mais lindas no seu blog e, o que ainda é melhor, durante essas fotos eu estava em um naufrágio...e digo, exatamente, "depois de um naufrágio o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro".

    beijos, obrigada !

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  3. Que maravilhasssssssssss
    Beijos!
    Fabio

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  4. Oceanos de arrebatamentos.
    Quanta poesia...
    bj
    Rubem

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  5. É um privilégio poder apreciar essas vitrines de jóias preciosíssimas
    Bjs bjs
    Helena

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  6. Essa padaria me sacoleja, provoca, incita...

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  7. "navegador, águas de amor, espero
    longe do cais, você me faz eterno
    vem trazer ventos de paz
    muda a minha vida, amor
    eu te espero o quanto for..."

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