terça-feira, 25 de maio de 2010

Águas correntes



chuva de amar
na tarde lenta
ventos
de arrumação
e de desarmar
os corpos tensos

chuva de aproximar
os sentimentos
e de infiltrar a casa
dos pensamentos abissais

que marquises construímos
para proteger nossos animais
um secando o outro
querendo abrigo e buscando a fuga
do que o desejo enjaula

chuva de machucar
por tanto afastamento

e de limpar
atmosferas
até chegar
ao inescapável instante
de transbordamento

 

Em tempos de lua que se expande, em secretos movimentos, deixo e bela "Luz e mistério" (Caetano Veloso e Beto Guedes), com Dado Villa-Lobos e Lia Galdino:





8 comentários:

  1. Mônica, Mônica, por onde andas?
    Agora demora em nos alimentar do sublime, mas quando vem...
    Que poema lindo, contundente, apaixonante...
    Em que galáxia esteja, receba meu abraço, tonto por te ler.
    Fabio

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  2. Sinelli,

    És o luar, ao mesmo tempo luz e mistério.

    E o que dizer do poema? Um terremoto! Devastador. Como deveriam ser todas as poesias. Todas as vidas.
    Me rearrumo, me reprogramo e me reinvento a cada vez em que venho morder um sonho na sua padaria.

    Beijos caindo de adimiração.
    Rubem

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  3. Lindo, lindo, lindo.
    Bjs
    Helena

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  4. Biscoitos finérrimos as usually
    parabéns
    Raquel

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  5. Chuva, ou melhor, tempestade de encantamentos Monica.
    Super beijo pra vc
    Rafa

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  6. Nesse momento, a lua cheia aqui de Salvador, doce mistério baiano.

    bjos e saudades

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  7. Estar nua,de pé,descalça sobre o chão úmido
    E ser varrida pela corrente de um fio desencapado
    E em um milisegundo entender tudo
    Num olhar
    Num poema
    Amo vc!
    Bj
    Giscard

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