sábado, 26 de setembro de 2009

Viva a physalaemus soaresi! E o Executivo, o que é?


(Reprodução O Globo)


População aplaude morte de bandido por PM.

Dilma Rousseff: "Homens não assumem suas posições. Participo de um governo no qual nenhum homem é assertivo. Sou uma mulher dura, cercada de homens meigos, mas já me conformei".

..."E Ciro diz que Serra é feio".

É engraçadinho isso, é? Puxa vida, ando num mau humor que só vendo...Sabe que não consigo achar a menor graça nessas manchetes do Globo de hoje? Sobre a primeira, sem comentários. A que ponto chegamos: bater palmas para mais um lastimável espetáculo em cartaz na cidade. Bater palmas para nossa crônica falta de segurança nas ruas.

Quanto à segunda, aguardo com ansiedade a manifestação dos rapazes do Executivo. Não vejo a hora em que venham a público rebater a estarrecedora declaração proveniente da principal Casa do governo. Cavalheiros, lustrem seus brios: invoquem ao jornal o soberano direito de resposta. Repetindo: "Participo de um governo no qual nenhum homem é assertivo". Ai, ai, ai...Será que li direito? Ela disse "nenhum", meus compatriotas. Não quero ser desagradável, mas, por esse raciocínio, o petardo não livra nem o presidente da República. Além do que, a ministra subverte o conceito de "meigo", coisa que em geral se percebe como bela qualidade.

Desconfio de gente dura. Lembram-se daquela senhora que não dava um sorriso ao chegar ao comando do mais importante ministério brasileiro e daquele seu patrão com olhar colérico - e, perturbadoramente, de volta - em 1990? Por trás da sisudez e da fúria, o ardiloso plano de confisco da poupança. Mas, sei não, aindo prefiro o estilo original pré-campanha de DR - que chegou a provocar lágrimas no presidente da Petrobras -, a constatar que ela tenha resolvido adotar a mesma cartilha de tiradas inacreditáveis do supremo comandante da nação.

Não vai ser com essa plataforma que Dilma, com ou sem pós-graduação, conquistará meu voto: não idealizo como CEO do meu país alguém que se conforma com situações que, querendo, pode muitíssimo bem mudar. Eu, se trabalhasse com homens que não assumem suas posições, não me conformaria. Pegava minha trouxa e ia plantar batatas doces e meigas em Bofete, ter aulas de canto com Clarisse Grova, aprender pintura em porcelana, visitar minha tia...sei lá, tanta coisa boa pra fazer nessa vida ao lado de gente bacana e que assume suas posições, né, Lina Vieira?

E, se na linha de frente da gestão pública, não me conformaria com o fato de que, dos atuais 10,6 milhões de pessoas entre 15 e 17 anos, só 48% estejam no Ensino Médio. Nem com o indicador de que o desemprego entre a juventude que essa brisa canta - segundo a PNAD de 2007, 61,4% do total no Brasil - atinja o triplo do registrado em outras faixas etárias. De conformação em conformação, vamos, deprimentemente, aplaudindo a morte de brasileiros, honestos e bandidos. Além de resignar-se em ter homens meigos a sua volta, a quanto mais a atual chefe da Casa Civil, se eleita presidente, continuará se conformando?

E Ciro Gomes? Além do penoso conteúdo de ideias para criticar o colega José - "feio pra caramba, mais feio na alma do que no rosto", decretou o Brad Pitt de Pindamonhangaba radicado em Sobral -, com quem divide a ambição de ocupar uma certa cadeira no planalto central, merece o troféu de originalidade zero. Apenas replicou o que Carlos Lacerda dizia do marechal Castelo Branco, a quem chamava de "girafa de porão, mais feio por dentro do que por fora".

Ah, sabe o que mais? Melhor me conformar. Dá menos trabalho. Vou assistir ao documentário da Patricia Pillar sobre Waldick Soriano, comendo pipoca com vitamina de banana. Depois, ouvir o canto nupcial das pererecas no site do Globo. Esta foi a notícia bonitinha do sábado: "Perereca para principal obra do PAC no Rio", o Arco Metropolitano, solução logística que impulsionará ainda mais o comércio exterior do B dos Brics. Eis aí um grande feito do programa. 

Prometo me esforçar para - incansavelmente me inspirando no comportamento dos mentores que cercam a ministra - ser mais meiguinha. Da próxima vez que eu for a Brasília, trago uma flor do cerrado pra vocês, queridos. 

Baideuêi, resultado da enquete anterior sobre o sistema de partilha do pré-sal: o grande vendedor foi Ih, o bombeiro hidráulico tá tocando o interfone, com 47% dos votos.


7 comentários:

  1. Quero ser governado por um feioso. Feiosos, talvez para compensar, tendem a ser competentes.

    Além do que, é preferível ser feioso a louco.

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  2. Muito tempo que nao trocamos palavras... E ai como esta a vida?
    Super feliz de estar recebendo noticias atraves de seu blogspot.com, muito interessante e para mim que nao tenho certo tipo de noticias do Brasil, estou me
    divertindo. De resto, tudo bem por aqui na terra da rainha. Esse ano o verao foi maravilhoso, quente, muito sol e muito vinho
    branco rsrsr, estamos com sorte porque continua quente para setembro, sol e continuamos no
    vinho branco.
    Bjs e ate

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  3. Carol! What a big surprise from London dear!
    Que bom que ande se divertindo aqui na padaria.
    Venha sempre.
    And don´t forget to give my regards to William.
    Let´s keep in touch.
    xxxxxx
    M

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  4. viva você sinelli!
    e pau na canalha,claro.
    até porque nestes meus... hum hum,tantos anos, nunca assisti (ou li sobre) cenas passadas em brasília que não me envergonhassem e muito.
    eles ou elas tem a certeza de que somos mesmos todos estúpidos.
    e que não mudaremos nada.
    maravilha de crônica.
    bj

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  5. Dudu, meu bem, os meninos hão de ver mudanças, sim!
    Um beijo.

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  6. Mônica,
    nada tenho a favor do Ciro, mas prezo muito a senhora dele. Aliás, cabe a pergunta de um leigo em legislação eleitoreira: é possível elegermos a primeira dama sem o respectivo cônjuge-candidato, ou o voto é vinculado?

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  7. Ai, ai, doctor Clau...perguntinha mais difícil essa...posso pular?
    Na tentativa de ajudá-lo, ocorreu-me que, se seu negócio é eleger uma Patricia, o mesmo Ciro tem outra lá no Ceará.
    É ex-senhora, mas, Leda Nagle com certeza, passível de eleição sem o respectivo (ex) cônjuge.
    Ah, esquece. Pensando melhor, ainda assim, o voto continuaria vinculado. E como!
    Tem uma questão mais facilzinha, não?
    Bjs.

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